Já faz um tempinho que não escrevo aqui. Mas a culpa não é minha pela demora; é da bendita inspiração, que fica indo e voltando em espaços randômicos e incertos. Enfim, se eu movi minha bunda sedentária até o pc às 2:03 da manhã pra escrever aqui, quer dizer que tô inspirada. Eu acho...E aproveitando o ânimo pra escrever, cá estou.Andei pensando na morte, esses dias. Como diz o título, "lembra-te de que morrerás" (ou "lembra-te de que és mortal", o que dá no mesmo). Não só na minha morte, mas na morte das pessoas que eu amo. É engraçado (engraçado não é bem a palavra), é...esquisito como aquela pessoa está ali com você naquele momento, seja rindo ou brigando, mas está ali, com suas manias, seu cheiro característico, sua personalidade, seu estilo, sua voz...E em outro momento, simplesmente não está mais. Aquela pessoa que outrora estivera contigo não existe mais. Passou de "é" para "era". E nunca mais vai voltar. De repente, tudo o que você tem são as suas lembranças, e isso nunca parece bastar, porque a saudade não vai embora com o passar do tempo. Aquele vazio que a pessoa deixou te acompanhará pro resto da sua vida.
Pensar nisso me deixou preocupada. Pensei na minha morte. Nas lembranças que vou deixar por aqui quando me for. Quero que as pessoas que eu amo pensem em mim com carinho. Quero que um sorriso brote em seus rostos ao lembrar do meu nome, e que balancem negativamente a cabeça, rindo ao recordar dos bons momentos que tivemos juntos. Meu legado que realmente importa não é meu testamento. Não...É algo abstrato. Lembranças. E, se depender de mim, meus entes queridos terão muita coisa em que pensar, quando eu não estiver mais aqui.
(Na imagem, representadas vida, morte e tempo, por Philippe de Champaigne)
