terça-feira, 14 de setembro de 2010

Ciência e Religião: Os inimigos mais antigos do mundo


Começo este post sobre religião e ciência relembrando de uma cena especial do livro "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas.
O personagem principal Edmond acaba de chegar à prisão. Lá, ele foi condenado a levar algumas chicotadas antes de ser jogado na cela. Já devidamente posicionado para receber as tais chicotadas, ele se depara com uma frase que estava escrita na parede à sua frente: "Deus me fará justiça." E ele grita isso para o homem que está prestes a chicoteá-lo.
O homem então sorri e diz: "Façamos o seguinte...Quando o seu Deus aparecer, eu paro de te chicotear."
É óbvio que Deus não apareceu, e o pobre do Edmond - que foi preso injustamente - ficou todo lascado.

Como vocês perceberam, eu já comecei o post mostrando meu ponto. Para mim Deus não existe, e fim de papo.

Feito este esclarecimento, começo a falar sobre religião e ciência finalmente.

No começo de tudo, a religião reinava. A verdade dogmática. Aquela coisa do "porque sim, e pronto", onde você nunca obtém respostas e ainda é obrigado a achar isso lindo.
Isto se devia, como você pode pesquisar em qualquer livro de história antiga ou filosofia natural, ao fato de que ninguém sabia que porra estava fazendo neste planeta, de onde veio, ou para onde ia quando morresse. E até hoje não sabemos. Nós só achamos, conjecturamos, ou até pensamos que sabemos. Mas o fato, é que nunca vamos saber. Porque morto não sabe nada. (E zumbis também não existem, só pra constar.)
No desespero de obter alguma resposta ao "por que" das coisas, as pessoas começaram a criar divindades. A associar a chuva, à um respectivo deus. O sol a outro, por aí vai.
Entre essas divindades e os humanos, havia o médium. Ele era incumbido de receber uma mensagem de determinada divindade e passá-la adiante, ao povo da aldeia. Este sistema começou a deixar as pessoas insatisfeitas, com o passar do tempo. Nasce então a filosofia.

A filosofia, como é de nosso conhecimento, exige que pensemos. Pensemos, de verdade. Que usemos a "logos", a razão, a lógica. E religião não bate, nem NUNCA (N-U-N-C-A) vai bater com a lógica.

Observe o bom uso da lógica à la Descartes:

Eu vejo uma cadeira. Eu toco nessa cadeira. Eu sento nessa cadeira. Eu penso sobre a cadeira. Logo, eu sei que aquilo é uma cadeira.

Essa é a famosa coisa do "penso, logo existo." É que ninguém conhece o processo, só a frase incompleta. A versão original é: "Se duvido, penso. Se penso, logo existo."

O próprio Descartes diz que Deus existe, porque podemos pensar sobre Ele. Mas como nós descobrimos a existência de Deus, em primeiro lugar? Seria Deus, então, uma invenção da humanidade? Um delírio coletivo?
Como eu não sei que só penso Nele, porque fui levada a tal e não porque Ele realmente existe? Isso, para mim, já quebra o raciocínio.
Disto isto, pulo para a parte científica.

A ciência, como sabemos, é uma investigação racional ou estudo da natureza, direccionado à descoberta da verdade. Tal investigação é normalmente metódica, ou de acordo com o método científico – um processo de avaliar o conhecimento empírico; O corpo organizado de conhecimentos adquiridos por estudos e pesquisas. Então, para a ciência, um fato só é verídico se podemos provar que ele é. Através de pesquisas, e é óbvio, do bom senso.

Olha a lógica cartesiana em ação novamente:

Eu não posso ver o ar, mas eu o sinto. E eu sei que meus pulmões precisam dele para que eu possa sobreviver...Logo, ele existe.
QUE DIABO DE LÓGICA VAI PROVAR QUE DEUS EXISTE?

Ah, a fé.
A fé é aquela coisa de "eu acredito mesmo sem ver, ou sentir."
Eu chamo isso de estupidez, mas...

Ok, voltando à ciência e religião. Ao passar do tempo, vários cientistas que (nunca entendi como) também eram religiosos tentaram conciliar uma coisa à outra.

Mas se a ciência exige provas, e a religião apenas aceita...Como é que uma pode se ligar a outra?

Isso não faz sentido algum.

Pense o que quiser, acredite no que quiser. Este blog é meu, e sou eu quem está escrevendo...por isso o texto está cheio do que eu penso. No dia em que alguém me explicar que Deus é esse que permite que um troglodita atire a própria filha da janela, eu viro cristã.

Câmbio desligo.